Greve dos servidores da saúde da EBSERH completa seis dias

Thays Ceretta

Greve dos servidores da saúde da EBSERH completa seis dias

A greve nacional dos profissionais da área da saúde, concursados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), completa seis dias nesta segunda-feira (26). Os servidores públicos dos hospitais universitários reivindicam por reajuste salarial há quatro anos. O protesto foi organizado em frente ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde os profissionais estão fazendo um rodízio para manter os serviços essenciais em funcionamento. O grupo está em greve e de luto por tempo indeterminado. A paralisação ocorre também em outros hospitais universitários do Rio Grande do Sul, como Pelotas e também em Rio Grande.

Conforme a diretora do Sindicato dos Servidores Federais (Sindiserf), Vera Regina Gomes da Rosa, os profissionais da área da saúde tomaram essa decisão pela falta de diálogo por parte do governo. Além disso, eles buscam reajuste salarial que não é dado desde 2018.

– Infelizmente chegamos neste ponto porque não temos negociação do acordo coletivo de trabalho que não está sendo respeitado nem assinado há 4 anos. Queremos nossos direitos garantidos. Nós nos sentimentos desvalorizados, desrespeitados e humilhados. Passamos por momentos difíceis na pandemia. A redução da insalubridade que eles querem pagar sobre o salário mínimo e não sobre o salário base reduz em cerca de 20% no final do mês – explica Vera Regina que é técnica em enfermagem há 8 anos no Husm.

Leia também

Profissionais de enfermagem protestam contra suspensão da lei que garante piso salarial em Santa MariaSanta Maria volta a ocupar a 10ª posição no ranking nacional de pessoas que vivem com HIVEm novo endereço, ambulatório Transcender dá início aos atendimentos na Policlínica de Saúde Mental

Os profissionais que são concursados estão cumprindo a lei, que diz que se nestes casos 40% dos profissionais decidirem entrar em greve, outros 60% precisam estar trabalhando. Ainda segundo o sindicado, a empresa quer reduzir o cálculo de insalubridade, o que representa cerca de 20% do salário conforme a categoria. Para quem trabalha com os pacientes como a Alice Pereira, 30 anos, que é técnica de enfermagem no Husm há três, o sentimento é desvalorização.

– O principal sentimento dessa situação é de desrespeito pela categoria, nos sentimos desvalorizados. Essa não é uma luta de hoje, não é uma luta atual, é algo que estamos passando há anos. Nós fomos a linha de frente durante a pandemia e por isso o sentimento é de indignação e desrespeito sem nenhuma explicação retirar o valor do nosso salário – desabafa Alice.

Pacientes que passavam local concordavam com o protesto.

– Eu concordo porque eles merecem, trabalham com muito carinho e cuidado com a gente. Eu estou fazendo tratamento desde maio e só tenho que agradecer pela atenção – disse Alvonir Gonçalves, morador da cidade de Agudo.

A maioria dos servidores da área assistencial trabalham no bloco cirúrgico, centro obstétrico, ala pediátrica, unidade de cirurgia geral, pronto-socorro, centro de materiais e esterilização, sala de recuperação pós-anestesia entre outros setores.

Em nota, a Ebserh afirma que busca uma resolução rápida para esse acordo coletivo

A Ebserh esclarece que o processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com as entidades sindicais teve mais de 20 rodadas e ofertas feitas pela empresa, porém sem solução. Com o propósito único de viabilizar a conclusão, a empresa solicitou às entidades que apresentassem uma última contraproposta. Ao contrário do que sugere a boa prática em negociações coletivas de trabalho, as entidades sindicais apresentaram 3 propostas distintas e maiores do que as apresentadas anteriormente, ou seja, deixando claro que não estavam dispostas a nenhum tipo de negociação.É importante acrescentar que, com o início das manifestações, fica ainda mais clara a vontade dos empregados, semelhante à da Ebserh, em uma resolução rápida para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).Diante do impasse nas negociações, a Ebserh peticionou no dia 10 de agosto, no próprio TST, pedido para análise dos ACT’s em curso, requerendo o julgamento imediato do dissídio coletivo, inclusive quanto aos ACTs em aberto, para resolução do fato.Sobre os atendimentos, a estatal informa que a relatora do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, determinou o percentual mínimo de manutenção de trabalhadores, em seus respectivos locais de trabalho, na base de 50% (cinquenta por cento) em cada área administrativa e de 60% (sessenta por cento) para cada área médica e assistencial, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em caso de descumprimento.

Leia todas as notícias

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Santa Maria receberá R$ 6,2 milhões para bancar gratuidades de idosos Anterior

Santa Maria receberá R$ 6,2 milhões para bancar gratuidades de idosos

Começam as obras de ampliação e reforma do Fórum da Comarca de Santa Maria Próximo

Começam as obras de ampliação e reforma do Fórum da Comarca de Santa Maria

Geral